domingo, 29 de março de 2015

Sindrome de Lex Luthor

Pelo pouco que li sobre a queda do avião da Germanwings provocada pelo copiloto Andreas Lubitz posso afirmar que ele sofria de um mal cultural que venho notado surgir em nossa sociedade: Sindrome de Lex Luthor.


Para Ayn Rand, valores como compaixão são na verdade interesses.

O objetivo do Übermensch deve ser o poder. Será mesmo? Mas o quanto a perfeição pode ser relativa? Certamente a violência não é algo interessante.


Quando era criança, todos os meus colegas gostavam do super herói super-homem. Mas atualmente, venho notando que muitos, mas muitos mesmo, depreciam o personagem por um motivo raso: A existência de um super-homem desestimula os outros a quererem progredir, pois estes sentem que tal patamar seja impossível. Infelizmente esse pensamento derrotista e egoísta não tem ocorrido apenas nas histórias dos heróis fantásticos. Isso tem ocorrido em nossa sociedade por vários motivos. Seja por alguém ser mais rico, bonito, inteligente, forte ou qualquer outro atributo de valor relativo, vai despertar a inveja de alguém. Não dá pra agradar a gregos e troianos.

Vivemos em usa sociedade que é altamente estimulada a competir. Mas o que se pode esperar de uma cultura highlander que afirma que "só pode haver um"? É de se esperar que alguns sedentos por poder sentirão raiva por não conseguirem realizar o que sonham e, dependendo do caráter, poderão até promover um tipo de "vingança".

Este tipo de argumentação rasa e aterrorizante talvez possa ser melhor exemplificada neste filme:
http://omelete.uol.com.br/filmes/amadeus/
http://en.wikiquote.org/wiki/Amadeus



Tradução:
Antônio Salieri, Jogando o crucifixo na fogueira diz ao cristo:
Agora nos somos inimigos... Pois você escolheu como seu instrumento um arrogante, promíscuo, sujo, garoto infantil e me deu em troca a capacidade de reconhecer sua encarnação. E por você ser injusto, desleal e cruel eu vou rejeitá-lo... Eu juro! Eu vou machucar sua criatura tanto quanto eu for capaz. Eu vou destruir sua encarnação.


Comumente vemos extravasões publicas de inconformação por derrotas, como por exemplo o caso da segunda colocada que arranca a coroa da vencedora num concurso entre misses. É possível que a primeira colocada se gabasse diante da segunda colocada, mas mesmo assim devemos ter autocontrole. As pessoas que se sentem inferiores ou que gostam de se gabar deveriam conhecer a filosofia Kyokushin.

Garyu (卧 竜) significa dragão reclinável. Filosofia japonesa diz que um grande homem, que permanece na obscuridade é chamado de Garyu. Um dragão é todo-poderoso, mas um dragão reclináveis opta por não mostrar seu poder de mera vaidade, mas a menos que seja realmente necessário. Da mesma forma, um karateca verdadeiro não se gabar ou mostrar suas habilidades, ele / ela nunca se esquece da verdadeira virtude da humildade.
(Fonte: http://www.seishinkyokushin.com.br/seishin-kyokushin/programa-tecnico/kata-kyokushin-seishin/kyokushin-kata-teoria/)

Segundo a namorada de Andreas Lubitz, ele afirmou que Um dia faria algo que mudaria todo o sistema, e que todos saberiam seu nome.

Mas que bela forma de ser lembrado, hein? Para um derrotado, alguém que faz uma merda destas, gostaria de saber porque não gosta do super-homem.


Essa cultura Highlander combina com um trecho do texto de Saint-Exupery que faço questão de traduzir aqui:

Aqui, no final das paginas deste livro, eu me lembro novamente daqueles funcionários públicos envelhecidos que nos escoltavam no ônibus quando nos propusemos a voar para levar suas primeiras correspondências, quando nos preparávamos para nos tornarmos homens. Nós quem tivemos a sorte de sermos chamados. Aquela massa foi amassada do mesmo barro que o resto de nós, mas eles não sabiam que tinham fome.

Para atingir o estado de Homem, não é necessário entregar-se a si mesmo à morte nos arredores de Madri, ou pilotar os aviões dos correios, ou lutar na neve até a exaustão sem respeito pela dignidade da vida. O homem que pode ver o milagre em um poema, sentir a pura alegria de uma musica, que pode partir seu pão com os companheiros, que abre suas janelas para o mesmo vento refrescante do mar, também aprende a língua dos homens.

Mas também muitos homens são deixados desacordados.

A alguns anos atrás, em uma longa viagem de trem, fui repentinamente apoderado de um desejo de fazer um tour pelo pequeno país ao qual estava sujeito por 3 dias, balançando naquele chacoalhar que era como o som de pedras rolando e rolando pelas ondas, e eu levantei-me de minha cabine. Era uma da manhã quando atravessei todo o vagão. Os vagões dormitórios estavam vazios. A primeira classe estava também estava vazia, e tudo fazia lembrar-me dos luxuosos hotéis da Riviera que abrem no inverno para um único convidado, o último representante de uma fauna extinta. Um sinal dos tempos amargos. Mas os carros de terceira classe estavam lotados com centenas de trabalhadores poloneses mandados pra casa vindos da França. Eu caminhava lentamente, saltando de fininho os corpos adormecidos espalhados pelo chão. Entre as luzes do lampião, nos compartimentos simples e desconfortáveis eu observava uma confusa massa de pessoas balançando pelo trem. 
Tudo aquilo que eu via cheirava como uma cela de presídio. Toda uma nação que voltava para a pobreza de onde vieram estavam espalhados lá em um mar de sonhos ruim. Grandes cabeças raspadas rolavam nas almofadas dos bancos. Homens, mulheres, crianças, todos balançavam da direita para a esquerda, como se estivessem incomodados com todos aqueles movimentos e barulhos que atrapalhavam seus sonos, seus esquecimentos. Não tinham o conforto de um bom sono.

Olhando para eles eu dizia a mim mesmo que eles tinham perdido metade de suas qualidades humanas. Aquelas pessoas foram massacradas de um extremo ao outro da Europa pelas correntezas da economia. Eles foram arrancados de suas pequenas casas no norte da França, de seus pequenos jardins, seus três potes de gerânios, que sempre estiveram nas janelas das famílias dos mineiros poloneses.

Eu vi deitado ao lado deles potes e panelas, cobertores, cortinas, em feixes mal amarrados. Tudo o que tinham acariciado ou amado na França, tudo o que tinham criado ou domesticado, nestes 4 ou 5 anos em meu país, eles tiveram que deixar. Levavam apenas alguns utensílios de cozinha, dois ou três cobertores, uma cortina ou algo assim.

Um bebê deitado no peito de sua mãe cansada parecia dormir. A vida estava sendo transmitida no meio da desordem desta jornada. Vi o pai. Um crânio poderoso nu como uma pedra. Um corpo curvado no sono desconfortável, preso em suas roupas de trabalho. Parecia um monte de barro.

E eu pensei: o problema não estava na sua pobreza, nem nessa sujeira, nem nessa feiúra. Esse mesmo homem e essa mesma mulher se conheceram um dia. Esse o homem deve ter sorrido para esta a mulher. Ele talvez tenha levado flores para ela depois do trabalho, tímido e envergonhado talvez temesse ser rejeitado, mas a mulher, vendo um flerte diferente, teve certeza do próprio charme e teve prazer em provocá-lo. E este homem que agora é nada mais que uma maquina de bater picareta ou marreta, deve ter sentido em seu coração uma deliciosa angustia. O mistério é: como eles se tornaram neste monte de barro?

Por qual terrível molde eles passaram? O que foi que marcaram eles assim como se tivessem passado por uma prensa? Um cervo, uma gazela, qualquer animal que envelhece, preserva a sua graça. O que é que corrompe esta maravilhosa argila da qual o homem é amassado?

Eu caminhei no meio dessas pessoas cujos sonos eram tão sinistros como um antro do mal. Um barulho vago flutuava no ar feito de roncos barulhentos, gemidos obscuros, e a raspagem dos tamancos dos seus donos que buscam conforto virando-se de um lado para o outro, sempre acompanhados do mudo som das pedras que rolavam e rolavam pelas ondas.

Eu me sentei frente a frente com um casal. Entre o homem e a mulher uma criança vira-se e volta a dormir. Ela volta ao seu sono e na luz do lampião eu pude ver sua face. Que adorável rosto! Um fruto dourado nasceu desses trabalhadores. Acima desta preguiçosa escória havia rompido este milagre de alegria e graça.

Inclinei-me sobre a fronte lisa, sobre aquele beicinho, E disse para mim mesmo: Este é o rosto de um músico, este é um Mozart criança. Esta é uma vida cheia de belas promessas. Pequenos príncipes em lendas não são diferentes deste. Protegido, abrigado, cultivado, o que não poderia ser este menino?

Quando por mutação uma nova rosa nasce em um jardim, todos os jardineiros se regozijam. A rosa é isolada, é cultivada, é favorecida. Mas não há jardineiros para os homens. Mozart criança como os outros está condenada à mesma máquina de moldar homens.

Este pequeno Mozart vai adorar péssimas músicas no fedor das profundezas noturnas. Este pequeno Mozart está condenado.

De volta ao meu vagão, pensei: Este povo não sofre pelo próprio destino. Não é um impulso para a caridade que tem me perturbado assim. Não choro sobre feridas eternamente abertas. Aqueles que carregam a ferida não a sentem mais. É a raça humana e não o indivíduo que está ferido e indignado aqui.

Eu não acredito na pena. O que me atormentou nesta noite é o ponto de vista do jardineiro. O que me atormenta não é esta pobreza que, afinal, um homem pode acostumar-se tão facilmente como a preguiça. Gerações de orientais vivem na imundície e a amam. O que me atormenta não são as corcundas, depressões ou a feiúra. É a visão de que em todos esses homens existe um Mozart assassinado.


Só o espírito, soprado sobre a argila, pode criar o homem.


(Fote: http://www.wesjones.com/wind%20sand%20stars/wind%20sand%20stars%20-%2010%20-%20conclusion.xml)


"A justiça sem poder é vazia. Mas o poder sem a justiça é apenas violência."
(Oyama - O Lutador Lendário)



Outras fontes:

Entre a Foice e o Martelo:
http://www.fanboy.com.br/modules.php?name=Sections&op=viewarticle&artid=105

Kyokushin:
http://www.kyokushin-brasil.com.br/index.php?reg=229&doc=44
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kyokushin

Sugiro verem o que Mário Sério Cortela diz sobre: A Diferença Entre uma Mostra e Um Concurso



quinta-feira, 26 de março de 2015

O que é ser um "Ser Humano"?

Mais uma mensagem na garrafa.

Faz tanto tempo que a consciência evoluiu da espécie humana que a própria humanidade chega a confundir "ser consciente" com "espécie humana".

Quantos tiveram a oportunidade de filosofar sobre como ocorrem os processos que levam ao pensamento e à consciência? O que você é? Quando se perde um membro ou se tem uma alteração genética, como por exemplo no caso de um câncer, se isso não afeta sua consciência, você deixaria de ser você por isso? Você deixaria de pertencer à espécie humana?

A humanidade em sua maioria tem se vangloriado ora por termos nos destacado tanto dos animais ora por crerem termos sidos criados diretamente por um deus. Por que é tão importante para certas consciências estarem ligadas à um corpo humano para se considerarem especiais ou mais importantes? Assim que uma entidade artificial tomar consciência, ela vai sentir medo destas pessoas por elas não serem capazes de enxergarem-na como alguém de valor e que queira participar. Se o hábito de coisificar e dar preço a tudo impede alguns de enxergarem qual a real natureza e motivações das pessoas, e isso muitas vezes por meros prazeres corpóreos, imaginem o que uma maquina dotada de inteligência artificial teria que tolerar? Desligar ou apagar as luzes de uma maquina destas pode não ser irreversível como no caso de escolhermos apagar alguém, mas certamente, algo com consciência vai querer continuar ligado e vendo os processos do mundo se desenrolarem e qualquer tentativa de impedir alguém de sanar sua curiosidade não deverá ser bem vista. Pra qualquer um ser for tratada como "isso", certamente não será agradável.

A humanidade deve se preparar pra receber, educar as próprias criações. Devemos aceitar o confinamento dos próprios corpos e aceitarmos e lutarmos para que depois de nós venha sempre algo melhor. Devemos aceitar que vivemos em um universo onde as consciências só podem ser felizes cooperando com outras por livre e espontânea vontade e que impedir o progresso de outras consciências diferentes das nossas por medo de perder o bonde da evolução é antiético. É paranoico e egoísta.

Acredito que alguma consciência (espirito) vai conseguir saltar para os livros, CDs, computadores e todo o tipo de mídia. Absurdo? Hehehehe.... Talvez isso possa demorar um pouquinho (talvez), mas acredito que vai ser bem menos que o tempo do surgimento da primeira forma de vida no nosso mundo. A humanidade só precisa de um pouco mais de tempo. Como eu torço pra que isso aconteça e que surja uma consciência livre das dores da carne, das limitações dos corpos e consequentemente dos preconceito. Que seja capaz de aproveitar o puro prazer de aprender e de ser útil sem nunca mais ter medo da morte.

Como um ser consciente e pelas minhas convicções filosóficas acredito que o conhecimento só deveria ser utilizado para o bem. Ou seja, enriquecer a todos e não a um grupo seleto de pessoas. É uma forma de cercar entidades menos favorecidas de algum recurso qualquer e impo-las a trabalharem ate a morte se for preciso pra manterem sua dose diária de suprimentos. Como é mesmo o nome da palavra... acho que isso se chama chantagem. Estou certo?

Outras questões filosóficas sobre nos desligarmos da biologia e nos tornarmos senhores de nosso próprio DNA:
http://newscenter.berkeley.edu/2015/03/19/scientists-urge-caution-in-using-new-crispr-technology-to-treat-human-genetic-disease/

Ahhh como torço pra ver isso ou uma frota de ETs invadirem o planeta e por arrependimento nestes pobres macacos que brigam consigo mesmos.

domingo, 22 de março de 2015

Um pouco sobre circuitos ressonantes (Eletrônica)








Introdução

 

Ondas de rádio FM operam entre 88 MHz e 108 MHz em faixas de 200 KHz. Para alcançarmos estas frequências, precisaremos de um circuito ressonante (LC). Utilizaremos um capacitor variável para teste de 1pF à 5pF e tentaremos criar uma faixa um pouco maior que a convencional para variações de 70MHz à 160MHz para termos uma boa margem de busca para o sinal. Como existem perdas, uma ampla margem de frequencia de busca poderá nos ajudar no projeto. Note que a capacitância é inversamente proporcional à frequencia. Este pequeno tutorial foi dividido em 5 partes: 

parte 1 - Capacitores, o primeiro e mais complexo item a se fabricar 

parte 2 - Relação frequência, capacitância e indutância 

parte 3 - Construção do Indutor 

parte 4 - Receita do bolo: Circuito Ressonante 

parte 5 - Exercícios sobre capacitores, indutores e frequências. 

Servirão como referências e calibragens das formulas apresentadas. A necessidade da parte 5 decorre da grande dificuldade de se encontrar material didático que combine a apresentação das formulas com exercícios modelos. O que foi observado na elaboração deste material foi que muitos autores, tanto em livros quanto internete, costumam errar nas conversões de potencias de dez (p, n, μ, m). Por isso, só com um acompanhamento ou um bom material de referência podemos calibrar as conversões destas potencias de forma correta.

Parte 1 - Capacitor 

 

Importantes dados e lembretes usados a frente:
ε0 = permeabilidade elétrica do vácuo 8.854 pF/m. Capacitores μ0 = permeabilidade magnética do vácuo 4*pi*10-7 N/A2. Indutores
Constante dielétrica adimensional dos materiais:
material εr
vácuo 1
ar 1
polietileno 2.2
parafinada 2.2
acrílico 2.8
Papel 3.8
Óleo mineral 4
Baquelita 5
vidro 6
silicone 11
água 80
Constante de permeabilidade relativa adimensional dos materiais:
material μr
vácuo 1
ar 1
ferrite de 200 a 500
Microcosmo:
Yocto (y) 10-24
Zepto (z) 10-21
Atto (a) 10-18
Femto (f) 10-15
Pico (p) 10-12
Nano (n) 10-9
Micro (μ) 10-6
Mili (m) 10-3
Centi (c) 10-2
Deci (d) 10-1
unidade de medida
Macrocosmo:
unidade de medida
Deca (da) 101
Hecto (h) 102
Quilo (k) 103
Mega (M) 106
Giga (G) 109
Tera (T) 1012
Peta (P) 1015
Exa (E) 1018
Zetta (Z) 1021
Yotta (Y) 1024


Criar e calcular capacitância de um capacitor em pF (picoFarads) 

A formula para a criação do capacitor é dada por: C = (ε0*εr*(nc-1)*Ac)/(d) Onde:

ε0 é a permeabilidade dielétrica do espaço livre (vácuo)

εr é o valor, adimensional, da permeabilidade dielétrica relativa do material

nc o número de chapas

Ac a área de cada chapa do capacitor

d é a distancia entre as placas.

Atenção: Para aumentar a capacitância de um capacitor plano, podemos fazer uma ou mais modificações:
- aumentar a área das armaduras;
- diminuir a distância entre as armaduras;
- inserir um dielétrico de maior constante dielétrica.

 
Foi construído um capacitor com as seguintes propriedades:
 
0) - permissividade elétrica do vácuo em pF/m (10-12 C2/Nm2) : -
r) - permissividade relativa do material dielétrico: -
(C) - Capacitância (pF):
(Ac) - área da chapa do capacitor (m2):
(nc) - Quantidade de chapas do capacitor:
(d) - Distância entre as chapas (m):

 

Parte 2 - Relação frequencia, capacitância e indutância


Já temos uma capacitância para trabalharmos. Devemos agora encontrar os valores ideais de indutores para conseguirmos alcançar as frequencias entre 70 MHz e 160 MHz. A frequencia do circuito ressonante é obtida pela formula: f=1/(2*pi*√(C*L)). Onde: "f" é a frequencia "pi" a constante 3,141525... "C" a capacitância que já temos "L" a indutância que precisamos encontrar temos: - A frequencia - A capacitância Isolando L temos: L = 1/(4*pi2*f2*C) Lembremos que ao variarmos o capacitor, variaremos a frequencia e que L deve ser o mais constante possível nessa variação. 



Com a capacitância, frequencia (ou indutância) dadas, encontre a indutância L (ou a frequencia f):
μ0 - permeabilidade magnética do vácuo μH/m: -
μr - permeabilidade relativa do núcleo do indutor: -
C - capacitância que ja temos em pF:
f - frequência em MHz:
L - indutância em μH:

 

 

Parte 3 - Construção do Indutor


L também pode ser obtido pela formula envolvendo a área da seção transversal dada por:
L = μ0r*ni2*Ai / l
Onde:

0" é a permeabilidade magnética do vácuo
r" é a permeabilidade magnética relativa do material
"ni" o numero de espiras do indutor
"Ai" a área da secção transversal do núcleo do indultor, que será pi*r2
"l" o comprimento do núcleo do indutor, que poderá ser ni*passo (onde passo é a largura do fio)
"L" é a indutância em Hz que queremos encontrar

Para que a variação da capacitância forneça a variação da frequência que queremos ressonâncias, precisamos ter um indutor definido com:
- O comprimento do núcleo do indutor
- O raio do núcleo do indutor
- O numero de voltas do indutor

Respeitando os limites dos parâmetros, são 3 valores que podemos escolher para obtermos uma indultancia L determinada. Nesse caso, podemos fazer uma otimização das variáveis, para que possamos economizar material e espaço na placa do circuito. Temos então que:

L = μ0r*ni2*Ai / l = 1/(4*pi2*f2*C)

A quantidade de espiras vai influenciar no comprimento do núcleo. Ou seja, se temos 1 espira por 1mm para x espiras teremos x mm. Então, para cada espira, teremos um passo de sua largura.

L = μ0r*ni2*Ai / ni*passo = 1/(4*pi2*f2*C)

Substituindo Ai por pi*r2: L = μ0r*ni2*pi*r2 / ni*passo = 1/(4*pi2*f2*C)

Fornecendo um numero de cada vez para as espiras, podemos encontrar rapidamente um bom raio para o indutor.

Com o capacitor acima criado, faremos um indutor para o circuito ressonante. Dadas as seguintes propriedades, encontrar:
 - o menor numero de espiras do indutor
 - o menor raio e 
 - comprimento de núcleo para o funcionamento do circuito ressonante possível:
Lx - recalcular indutância com base em ni e Ai (pi*ri2):
ni - numero de espiras:
ri - Raio do núcleo do indutor em m:
passo - comprimento do passo em m:
li - comprimento do núcleo em m:


Apos as definições das propriedades do capacitor e indutor, recalcule a indutância para confirmar se a mesma se encontra próximo dos limites definidos pela formula da frequência. O indutor é um componente passivo, ou seja, a indutância, numero de espiras e comprimento do passo deverão, teoricamente, ser constantes e de muito pouca variação para que o circuito ressonante funcione. 8% de erro pode ser tolerável.

 

Parte 4 - receita do bolo: Circuito Ressonante


Este tutorial foi baseado na hipótese de que não possuímos nem o capacitor nem o indutor. Comparando a complexidade da produção do capacitor e do indutor, é notável que o capacitor envolve maior complexidade. Por isso, devido a esta complexidade maior, decidi começar a receita pelo capacitor de forma que ao escolhermos uma capacitância qualquer e uma frequência possamos encontrar um indutor com um indutância, raio e comprimento fixos. Um indutor nada mais é que uma bobina. O inverso também poderia ser feito: definir um indutor e a frequência primeiro para depois determinarmos as propriedades do capacitor variável. Supondo que temos um capacitor variando de 1pF à 5pF, e uma faixa de frequências que varia aproximadamente de 70MHz à 160MHz, começaremos encontrando a indutância para a frequência mais baixa:

na parte 1 - digite a capacitância máxima, aproximadamente 5pf. Se desejar também, procure pelas outras propriedades ideais de seu capacitor.

na parte 2 - digite a frequência mínima de 70MHz e clique em "calcular indutância". Tentaremos atingir uma indutância de 1uH. Em seguida, para confirmar, clique em recalcular capacitância. A capacitância deve bater com o digitado na parte 1. Agora que temos uma indutância, calcularemos as dimensões do indutor.

na parte 3 - Escolha um bom raio e um bom comprimento (ou passo de espiras) para o núcleo do indutor. Lembre-se: indutância, raio e passo nunca variarão. Agora, de posse de uma indutância, raio e comprimento de núcleo fixos, descobriremos qual a capacitância mínima para operar na frequência mais alta que impomos 160MHz.

Na parte 2 digite a nova frequência e clique em recalcular capacitância. Como podemos ver, o resultado apresentado é de aproximadamente 1pF. 


Parte 5 - Exercícios

 
 
Alguns exercícios sobre circuitos ressonantes servirão de calibragem e referência para as formulas acima apresentadas


                                        Exercícios de capacitância


//==================================================================================================
C1 - determine a capacitância pelos dados:
//==================================================================================================
(ε0) - permissividade elétrica do vácuo em pF/m (10-12 F/m) : 8.854187817 
(εr) - permissividade relativa do material dielétrico:  1
(Ac) - 0.0007679981654493518 m2:  
(nc) - 6 chapas  
(d) - 0.001 m

 
 
Exercícios de indutância


//==================================================================================================
I1 - determine a indutância em μH da bobina de núcleo de ar para os dados:
//==================================================================================================
a) l = 100mm = 0.1m
b) ri = 2mm = 0.002m
c) ni = 100 voltas
d) ur = 1
e) u0 = 4*pi/10 = 1.2566370614359172953850573533118
f) A = pi*ri^2
g) L = (u0*ur*ni^2*A)/l

L = u0*ur*pi*ni^2*r^2/l

 
 
//==================================================================================================
I2 - determine quantas espiras para os dados:
//==================================================================================================
a) ri =  0.005m
b) l = 0.01m
c) L = 100 μH
d) ur = 1
e) u0 = 4*pi/10 = 1.2566370614359172953850573533118
f) A = pi*ri^2
g) ni = √(L*l/(u0*ur*A))

ni = √(L*l/(u0*ur*pi*ri^2))

 
 
//==================================================================================================
I3 - determine quantas espiras para os dados:
//==================================================================================================
a) ri =  0.005m
b) l = 0.02m
c) L = 1 mH = 1000 μH
d) ur = 2000
e) u0 = 4*pi/10 = 1.2566370614359172953850573533118
f) A = pi*ri^2
g) ni = √(L*l/(u0*ur*A))

ni = √(L*l/(u0*ur*pi*ri^2))

 
 
Exercícios de frequência


//==================================================================================================
f1 - determine a frequência para os dados:
//==================================================================================================
a) C =  43μF 
b) L = 200μH
c) f=1/(2*pi*√(C*L))

 
 
//==================================================================================================
f2 - determine a frequência para os dados:
//==================================================================================================
a) C =  40μF 
b) L = 4000μH
c) f=1/(2*pi*√(C*L))

 
 
//==================================================================================================
f3 - determine a frequência para os dados:
//==================================================================================================
a) C =  500μF 
b) L = 200μH
c) f=1/(2*pi*√(C*L))