terça-feira, 29 de setembro de 2020

Lei: Pastores, padres e gurus também serão responsabilizados pelos crimes de seus fieis

 
Sou heterosexual e quando vejo a manifestação de afeto entre casais penso: Eca... que mal gosto! Mas fico só nisso. Talvez deve até existir homossexuais que sintam repulsa quando à manifestações de afeto entre heterossexuais. Por que não? Eles tem o direito de pensarem o que quiser, assim como qualquer outra pessoa. Mas quando é que os problemas começam?

https://catracalivre.com.br/cidadania/mulher-ataca-casal-gay-dentro-de-petshop-isso-nao-e-de-deus/


Antigamente, pelo que aprendi na Igreja, eu também achava que homosexualismo fosse uma aberreação que merecesse ser erradicada. Graças que nunca atingi ninguém e nem machuquei ninguém, pois acreditava que eles quem iriam para o inferno. Mas ai, o tempo foi passando, fui crescendo, e me interessando por filosofia e leis. O que faz valer a pena a humanidade se reunir e conviver?

A primeira coisa que eu fui obrigado a reconhecer é que todas as religiões poderiam estar certas, mas sendo mal interpretadas. Pois se algo é de Deus, deveria ser bom e eu não poderia acreditar que eu seria tão sortudo e bondoso ao ponto de viver na única religião correta do universo.

Eu torço para que ETs chegem aqui e que sejam tão diferentes e feios que assutem a humaidade com sua aparencia. Assim, eu espero que eles digam que nenhum Jesus subiu aos céus para salvá-los, mas que outro profeta já o tenha feito. Se uma coisa assim acontecesse, acho que levaria a humanidade a refletir. Primeiro porque alguns se acham a ultima bolacha do pacote. Ou seja, quero dizer, acham que o homem é o centro do universo. E segundo para meter medo mesmo. Quem iria querer dizer para uma civilização avançada como devem se comportar diante de Deus? Mas a real é: Se a gente não consegue conviver com nós mesmos, por que ETs viriam aqui?

Se vale apena conviver, temos que aceitar nossas direrenças

Se existem tantas religiões, o que aconteceria se cada uma delas quisesse se impor? A lei deve ser única e igual para todos. O que vale para um, deve valer para outro. E o que não vale para um também não deve valer para outro. Sendo assim, a lei deve se ater aos pontos comuns dentre todas as pessoas independentemente de religião. Se não, não existiria convivência e estariamos em uma constante guerra. Nada se sustentaria. Poderiamos com isso até criariamos terroristas. Hoje as pessoas mal tem coragem de falar o que pensam. O que aconteceria se alguem escondesse o seu homossexualismo e começasse a matar preconceituosos como um serial Killer? Isso é bem possível. O preconceito pode gerar guerras e se o individuo se sentir inserido em um mundo que quer guerra contra ele, ele poderá se tornar um terrorista. Melhor aceitar que homossexuais existam e tenham o mesmo direito que todos em nome da paz.

A filosofia conseguiu entender os limites em que a sociedade e o Estado tem direito de intervir sobre as ações dos cidadãos. Isso é conhecido hoje como princípio da alteridade. O Estado não pode exigir heteronomia do cidadão e portanto não pode exercer a coerção sobre o indivíduo se a ação do indivíduo não tiver bilateralidade atributiva maléfica a terceiros. Basicamente para que alguem tenha cometido algum crime ela tem que ter atentado contra um bem juridico que não seja dela mesma. Se assim não for, eu poderia arrumar encrenca com qualquer pessoa por qualquer motivo que me der na telha. Seja porque a pessoa come camarão, use roupas com dois tipos de tecido, alguem que corte os cabelos...

Se eu for impor o que eu acredito, mataria todos os que quebram ovos do lado errado porque considero isso pecado. (As viagens de Gulliver).

Ontem, 28 de setembro de 2020, eu vi "O é da coisa" com Reinaldo Azevedo e apesar de ver que ele teve boa intenção, ainda soltou uma caquinha ao criticar o ministro da educação que cometeu crime de homofobia. Em resumo, segundo Reinaldo Azevedo o homossexualismo não é uma opção. É da natureza de quem é. Já nasceu assim e que por isso, a pessoa deveria ser aceita.

Bem, a verdade é que mesmo que o homossexualismo fosse uma escolha (pode ser, não sei, não me interessa se é ou não), acontece que se não infringiu o princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen sine iniuria) que deriva do princípio da alteridade, não cometeu crime. E se não cometeu crime, o Estado não tem direito de fazer nada. Quando vejo casos como o dessa senhora que agride verbalmente os clientes da petshop, eu me pergunto:

Até que ponto o pastor é responsável por seus fieis?

Eu cheguei a conclusão de que deve existir uma pena para o guru de um fiel que em nome da religião viola uma lei. Se a justiça descobrir que seus fieis não estão sendo orientados por seus pastores, padres ou gurus de que se deve respeitar o princípio da alteridade, esse guru também deve ser responsabilizado. Todo lider religioso antes de ousar pregar aos seus fieis deve entender a importancia deste princípio. Se não, ele deve ser proibido de pregar a palavra de seus Deuses em nossa sociedade.

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